Início / Insights / Artigos / Portugal na 25ª posição no Ranking Mundial de Talento do IMD
Artigo

Portugal na 25ª posição no Ranking Mundial de Talento do IMD

Data
21 de Setembro, 2023

Apesar da maior “Atratividade”, o país decresce no “Investimento & Desenvolvimento” e “Preparação”, ocupando agora o 25º lugar.Portugal ocupa a 25ª posição no Ranking Mundial de Talento do IMD World Competitiveness Center 2023. Os resultados, divulgados hoje pelo IMD – que conta, a nível nacional, com a Porto Business School como parceira exclusiva na elaboração do ranking –, revelam, assim, que Portugal regista a descida de uma posição face ao ano anterior (24ª). Apesar da melhoria em termos de “Atratividade”, este ano, e contrariamente a 2022, os resultados ficam marcados pelo decréscimo do país nos fatores “Investimento & Desenvolvimento (I&D)” e “Preparação”. Acrescente-se, ainda, que o ranking é liderado pela Suíça, Luxemburgo e Islândia, as três economias mais competitivas em talento a nível mundial entre os 64 países em análise.Depois de, no ano passado, Portugal ter invertido a tendência de decréscimo, o país volta a perder competitividade neste ranking de talento, cujos resultados são apurados pelos fatores “Investimento & Desenvolvimento”, “Atratividade” e “Preparação”. Apesar de descer uma posição no Ranking Mundial de Talento do IMD, o país apresenta crescimento em termos de “Atratividade”, subindo três posições (passando do 40º lugar para o 37º), fundamentado, sobretudo, pelo desempenho positivo nos níveis de exposição dos cidadãos à poluição (11º lugar). Contudo, a motivação laboral (57º), a fuga de talento (54º) e a aplicação de justiça (57º) permanecem critérios preocupantes.No que diz respeito ao “I&D”, Portugal desceu cinco posições comparativamente a 2022 (do 22º para o 27º lugar), mantendo-se como principal fraqueza a classificação dos níveis de formação dos colaboradores (60º lugar), considerada como prioritária para as empresas. Contudo, Portugal continua a ter um bom desempenho no rácio alunos/professor na educação primária e secundária. Refira-se que a participação feminina na força de trabalho (49.93 por cento) surge, também, como um dos principais destaques positivos, no quinto lugar do ranking.Relativamente ao fator “Preparação”, o país também registou um decréscimo, neste caso de oito posições (passando do 19º lugar para o 27º), justificado pela experiência internacional dos gestores seniores (56º lugar). O critério é, ainda assim, equilibrado pelo desempenho de competências linguísticas (10º lugar).Suíça volta a liderar ranking. Bélgica e Singapura em ascensãoOs resultados do Ranking Mundial de Talento do IMD de 2023 indicam que os efeitos duradouros da pandemia do COVID-19 continuam a desempenhar um papel determinante no panorama da competitividade de talentos. A elevada adoção do trabalho remoto e híbrido tem implicações na perceção da progressão na carreira: 27 por cento dos mais de 4.000 executivos inquiridos para o Ranking Mundial de Talento do IMD afirmam que o trabalho remoto, seja a tempo inteiro ou parcial, prejudica o desenvolvimento da carreira na empresa.De notar que as economias em que o trabalho remoto é considerado menos prejudicial para o desenvolvimento da carreira são, em média, também aquelas que se destacam na atração e retenção de profissionais altamente qualificados, bem como nos níveis de participação feminina no mercado de trabalho.“Os rankings deste ano também demonstram que, à medida que as economias se tornam mais orientadas para o serviço – um processo de transformação que também atingiu a China (41ª) e a Índia (56ª) –, a presença física dos funcionários no país dos seus empregadores já não é necessária. No geral, observamos o surgimento de um novo tipo de funcionário que foi educado num país, vive noutro e trabalha para uma empresa localizada num terceiro país”, explica Arturo Bris, diretor do Centro de Competitividade Mundial da IMD, que produz o Ranking Mundial de Talento.Adicionalmente, o estudo demonstra que a maioria das regiões não foi capaz de regressar aos níveis de competitividade de talento anteriores à pandemia – uma situação que levou a uma maior paridade entre certas regiões (por exemplo, a classificação média de talentos de países no Sul da Ásia e Europa Oriental aproximou-se entre 2019 e 2023), ao mesmo tempo que aumentou as disparidades vivenciadas por outras regiões (por exemplo, a América do Sul, que estando já atrasada, comparativamente com outras regiões, viu essa lacuna aumentar).A Suíça manteve o seu domínio na competitividade global de talento, permanecendo na primeira posição do ranking desde a sua criação, em 2014. O Luxemburgo subiu para o segundo lugar, enquanto a Islândia manteve o terceiro posto. A Suécia sofreu uma queda considerável – do segundo para o 10º lugar –, enquanto a Bélgica (quarta) e Singapura (oitava) regressaram ao top 10.“A adaptação dos sistemas de educação às necessidades dos sistemas económicos continua a ser um dos grandes desafios da competitividade de talentos. Os ‘vencedores’ no nosso ranking são também os países que enfatizam a formação profissional e os estágios em detrimento de disciplinas académicas gerais. Não recomendamos um em detrimento do outro, mas os trade-offs económicos de qualquer escolha são relevantes”, reforça Arturo Bris.O Ranking Mundial de Talento do IMD de 2023 estudou 64 economias – incluindo, pela primeira vez, o Kuwait –, quantificando 31 critérios que envolvem tanto dados concretos como respostas de inquéritos de executivos. O IMD é pioneiro no estudo da competitividade global de talento e os resultados do ranking são utilizados continuamente por decisores políticos em todo o mundo.Os perfis nacionais do Ranking Mundial de Talento do IMD podem ser consultados aqui.