Como a IA Transforma e Desafia a Gestão de Carreiras
No meu trajeto matinal para a Porto Business School, ouvia o podcast da McKinsey sobre o balanço do ano de 2024. Segundo as narradoras, este ano foi novamente marcado pelo impacto que a inteligência artificial generativa teve, tem e terá nas nossas vidas.
Como novo Diretor da área de Carreiras da Porto Business School, refletia sobre o tremendo potencial que esta revolução nos traz, assim como os desafios que esconde, caso o balanço da sua utilização não seja devidamente humanizado. Na verdade, esta pode ser uma armadilha perigosa para todos nós, se a calibração no uso da IA não for cuidadosamente considerada.
Explico a minha reflexão. A IA permite atualmente quebrar barreiras linguísticas, automatizar e melhorar a produção de CVs e processos de candidatura, segmentar e contactar empresas e oportunidades de trabalho com uma rapidez e qualidade sem precedentes. Esta é uma vantagem incrível que todos devem aproveitar e adotar.
No entanto, já há vários ecos em equipas de recrutamento sobre a preocupação de que as candidaturas recebidas são todas muito parecidas, não se diferenciam e, após verificação, muitas provêm de ferramentas de IA. Acabamos por ter processos de recrutamento com imensas candidaturas que não permitem diferenciar a individualidade de cada candidato.
Assim sendo, a recomendação que vos deixo é que, na gestão das nossas carreiras e nas respostas a vagas de emprego, será cada vez mais essencial demonstrar que somos recursos adaptados e evangelizadores das ferramentas de IA, inclusive junto das nossas equipas. Mas será também fundamental calibrar a sua utilização com a devida personalização e enquadramento que a nossa parte humana consegue adicionar em cada interação. Este poderá ser o fator decisivo para sermos selecionados!
Artigo por Ricardo Carneiro